Domingo, dia maravilhoso, temperatura na casa dos 20 e pouquinho, perfeito para sair de lancha, moto ou bicicleta. Péssimo dia para ficar em casa vendo televisão. Aliás, quem desperdiçou este dia desta forma, ou é “ruim da cabeca ou doente do pé”. Em última análise, deveria encontrar uma turma animada, que tire as almas vivas com seus corpos de suas casas. E nem me venha com crise, falta de dinheiro, porque esta cidade oferece opções para todos os bolsos. Os mais afortunados e que não gostam de pedalar, acelerar ou navegar, não podem perder o brunch buffet do Biltmore. Um programão para quem gosta de conciliar os desejos gastronômicos com o prazer de um ambiente requintado, aprazível e relaxante (Solicite uma mesa perto do chafariz). Outra bela opção é ir ao Fairchild Tropical Botanic Garden (semana que vem tem festival de chocolate!) e ali, naquele parque, tanto faz se seu bolso está ou não recheado. O lugar é lindo, árvores maravilhosas, lagos, pássaros diversos, criando um fundo musical de deixar qualquer maestro hipnotizado. Leve uma toalha de mesa, alguns pães de casca meio dura, um belo azeite extra virgem, queijos, pastinhas, um vinho tinto combinando com a estação (um pinot noir seria ótima opção) e parta com sua família e amigos para lá. Programa garantido para ficar na memória de todos por anos a fio. Um pic-nic de primeira!
Outra opção é pegar sua moto, casaco de couro e outros apetrechos (aproveite, está meio frio e agora é hora de usar tudo isso), encontrar seus amigos aventureiros e ir a luta. Mais precisamente, ir a Chocoloskee e Everglades City. - Nos encontramos num posto de gasolina, em frente ao Cassino dos índios Miccosukees. Não foi somente a MotoSociety, meu querido grupo, que usou este ponto de encontro. Outras dezenas de motoqueiros lá estavam. Realmente é um bom local de partida para várias opções de viagem aos pantanos. A nossa foi comer caranguejo.
O caminho, Tamiani Trail, não é difícil e é fascinante. Fora de uma realidade urbana e rural normal. Prestem bem atenção para não passarem direto. Existe uma intercessão na Higway 41( Tamiani Trail ) com Higway 29.Inicialmente pega-se uma Estrada inteira sem ver um único cartaz de Mac Donald`s ou Burger King (maravilhoso). Ao longo deste trecho, os únicos cartazes e propagandas que vemos são de lojas de artesanato, passeios de barco, e as várias villas dos índios Miccosukees.
Pois bem, durante este caminho, temos acompanhando; lagos, canais, pequenos açudes com a vegetação e animais de mangue. Este éco-sistema é formado por invertebrados, peixes de água fresca e salgada, anfíbios, répteis, mamíferos e pássaros. E é aí que está o fascínio! Numa reta com pavimentação quase perfeita e bem sinalizada, você pode se dar ao luxo de mesmo pilotando uma moto, curtir a paisagem do caminho.
Sempre fui criado com uma imagem aterrorizante de jacarés, um monstro pré-histórico capaz de reduzir a pedaços um corpo humano, frágil e indefeso, perante a mordida deste animal de rosto pouquíssimo amigável. E esta paisagem, me deixa atordoado pela quantidade de jacarésexistentes. Em todo nosso percurso eles estavam ali, ao nosso lado! No início fui contando, depois dos dois dígitos desisti de contar. Alex, o garupa prodígio, em nossa primeira parada em Chocoloskee nos fala que contou 238 da espécie.
Outra opção é pegar sua moto, casaco de couro e outros apetrechos (aproveite, está meio frio e agora é hora de usar tudo isso), encontrar seus amigos aventureiros e ir a luta. Mais precisamente, ir a Chocoloskee e Everglades City. - Nos encontramos num posto de gasolina, em frente ao Cassino dos índios Miccosukees. Não foi somente a MotoSociety, meu querido grupo, que usou este ponto de encontro. Outras dezenas de motoqueiros lá estavam. Realmente é um bom local de partida para várias opções de viagem aos pantanos. A nossa foi comer caranguejo.
O caminho, Tamiani Trail, não é difícil e é fascinante. Fora de uma realidade urbana e rural normal. Prestem bem atenção para não passarem direto. Existe uma intercessão na Higway 41( Tamiani Trail ) com Higway 29.Inicialmente pega-se uma Estrada inteira sem ver um único cartaz de Mac Donald`s ou Burger King (maravilhoso). Ao longo deste trecho, os únicos cartazes e propagandas que vemos são de lojas de artesanato, passeios de barco, e as várias villas dos índios Miccosukees.
Pois bem, durante este caminho, temos acompanhando; lagos, canais, pequenos açudes com a vegetação e animais de mangue. Este éco-sistema é formado por invertebrados, peixes de água fresca e salgada, anfíbios, répteis, mamíferos e pássaros. E é aí que está o fascínio! Numa reta com pavimentação quase perfeita e bem sinalizada, você pode se dar ao luxo de mesmo pilotando uma moto, curtir a paisagem do caminho.
Sempre fui criado com uma imagem aterrorizante de jacarés, um monstro pré-histórico capaz de reduzir a pedaços um corpo humano, frágil e indefeso, perante a mordida deste animal de rosto pouquíssimo amigável. E esta paisagem, me deixa atordoado pela quantidade de jacarésexistentes. Em todo nosso percurso eles estavam ali, ao nosso lado! No início fui contando, depois dos dois dígitos desisti de contar. Alex, o garupa prodígio, em nossa primeira parada em Chocoloskee nos fala que contou 238 da espécie.
Nesta viagem observei tudo deles, e já posso falar que conheço algo muito importante e que, possivelmente pode salvar uma vida! Pois é, quem ler esta crônica vai aprender algo realmente interessante que aprendi in loccum. Os jacarés não ficam em pedras. Ficam em pequenos gramados perto da água, no barro ou na água. As pedras são reservadas aos pássaros que ali descansam e abrem suas asas secando-as ao sol e longe do perigo destes monstros fabulosos. Portanto, caso se perca num mangue, fique nas pedras, esperando por Socorro. O pior é que havia pescadores ribeirinhos, com suas varas de pescar e teimosias, expostos ao sol. Não entendo! Por que ficam ali? Estão esperando pelos peixes, claro, e certamente por uma tragédia maior. Será que eles não pensam no perigo que estão correndo? Em breve, abrirei um jornal com a manchete que pescador foi atacado por jacaré. Óbvio, pensarei.
Mas nem só de mangues minha visão foi tomada. Ao lado esquerdo num grande trecho da estrada, vejo uma grande floresta e seus restos pretos e cinzas resultado de um incêndio monumental. Triste, e penso em nossa Amazônia. Comparo e concluo rapidamente que ali, certamente um acidente ocorreu. Diferente da outra, onde nossas autoridades muitas vezes compactua com os incêndios em nossas florestas favorecendo pecuaristas e plantadores de cana. A diferença é que aquele gigantesco espaço destruído vai se recuperar. Já o nosso não. Ficará sem as árvores gigantes para a eternidade. E a impunidade deixando espaço para outras atrocidades.
Como refletimos nestes momentos! Dizem que natação é um bom esporte pois temos tempo para pensarmos enquanto nos exercitamos. É verdade! Mas e o motociclismo então? São todos uns atletas da mente. Exercitamos nossos cérebros o tempo todo, com pensamentos, lembranças, conceitos, precoceitos, idéias, textos, crônicas já ali sendo formatadas, enfim, não deixamos nossa massa cinzenta descansar um só segundo. Fiquei agora curioso para saber o índice de mal de Alzheimer entre motoqueiros. Vou pesquisar, pois, se é necessário exercitar a mente, somos imbatíveis nisso! Uma dissonancia cognitiva para nossa falta de exercicios nos finais de semana? Talvez, mas que faz sentido, faz!
Mas nem só de mangues minha visão foi tomada. Ao lado esquerdo num grande trecho da estrada, vejo uma grande floresta e seus restos pretos e cinzas resultado de um incêndio monumental. Triste, e penso em nossa Amazônia. Comparo e concluo rapidamente que ali, certamente um acidente ocorreu. Diferente da outra, onde nossas autoridades muitas vezes compactua com os incêndios em nossas florestas favorecendo pecuaristas e plantadores de cana. A diferença é que aquele gigantesco espaço destruído vai se recuperar. Já o nosso não. Ficará sem as árvores gigantes para a eternidade. E a impunidade deixando espaço para outras atrocidades.
Como refletimos nestes momentos! Dizem que natação é um bom esporte pois temos tempo para pensarmos enquanto nos exercitamos. É verdade! Mas e o motociclismo então? São todos uns atletas da mente. Exercitamos nossos cérebros o tempo todo, com pensamentos, lembranças, conceitos, precoceitos, idéias, textos, crônicas já ali sendo formatadas, enfim, não deixamos nossa massa cinzenta descansar um só segundo. Fiquei agora curioso para saber o índice de mal de Alzheimer entre motoqueiros. Vou pesquisar, pois, se é necessário exercitar a mente, somos imbatíveis nisso! Uma dissonancia cognitiva para nossa falta de exercicios nos finais de semana? Talvez, mas que faz sentido, faz!
Bom, chegamos à primeira parada
Uma casa de Madeira suspensa, em frente a uma baía enorme, se tornou um museu/loja ( Smallwood`s Store ). Uma loja que servia aos índios da região, que chegavam ao local de barco. Metade da loja virou museu, ainda com seus produtos da época, como sabonetes, fósforos, remédios, dando uma idéia do que fôra a vida e o tipo de relação índio/homem branco. Em um certo momento aquilo não foi mais vendido, talvez fruto do progresso, servindo hoje como peças do museu.
Outra pequena parte ainda é loja, mas nada para sobrevivência. Vende-se refrigerantes, livros e outras bugingangas
Saímos para o caranguejo! Enfim, este era o propósito de nossa jornada. O séquito dirige-se ao pequeno restaurante, nada daqueles maiores e conhecidos, mas um armazém, restaurante, local que eu não iria nunca se não fosse direcionado a ele por alguém.
City Seafood com suas mesas longas, em frente ao canal bem cuidado, uma pequena cozinha que serve também como balcão para os pedidos. Ao lado, patas de caranguejo.
Três tipos, pequenas, médias e grandes. Cada uma tem seu preço para o mesmo peso em pounds. Escolhi as maiores pois a verdade é que nunca tive muita aptidão em quebrar fragmentos, e retirar pedaços escorregadios de carne dentro deles. A mulher no balcão ajuda e já entrega as patas quebradas e o resto é contigo. Acertei, eram pedaços grandes de carne, apetitosos, e fáceis de retirar. O molho que acompanha aumenta o sabor e, com uma cerveja gelada, o cardápio foi perfeito. Todos com fome, juntamos duas mesas grandes e pouco se fala.
Come-se, e alguns, esperando a entrega de outros pratos com fritura, ficam a ver navios, barcos melhor dizendo, literalmente. Ali é para se comer Crab.
Pronto. Nada de camarão, milho ou outro engôdo qualquer. Vá e coma as patas deliciosas.
Fartos da comida, o Presidente me chama no canto e me oferece um charuto maravilhoso. A turma da fumaça vai pra fora do restaurante, ao lado, mais precisamente, e em frente ao galpão do armazém/restaurante. Sorte para ver o depósito onde eram guardados os caranguejos. Azar em ver a preparação do molho, feito por um senhor sem uniforme e com uma furadeira velha, fazendo o trabalho de uma batedeira.
Pronto. Nada de camarão, milho ou outro engôdo qualquer. Vá e coma as patas deliciosas.
Fartos da comida, o Presidente me chama no canto e me oferece um charuto maravilhoso. A turma da fumaça vai pra fora do restaurante, ao lado, mais precisamente, e em frente ao galpão do armazém/restaurante. Sorte para ver o depósito onde eram guardados os caranguejos. Azar em ver a preparação do molho, feito por um senhor sem uniforme e com uma furadeira velha, fazendo o trabalho de uma batedeira.
Me atentei a conversa com os amigos e não mais olhei. Afinal, nada podia estragar aquela tarde maravilhosa entre os melhores e mais divertidos amigos que alguém pode ter.
O grupo se levanta e aos poucos vamos em direção a nossas motos. Hora de retornar. No caminho de volta, uma parada a mais no Oasis,
O grupo se levanta e aos poucos vamos em direção a nossas motos. Hora de retornar. No caminho de volta, uma parada a mais no Oasis,
local com informações para os turistas e com um gramado grande onde vários jacarés deitados eram fotografados pelos curiosos. Inclusive, este foi o motivo pelo qual paramos. Fotografia para nossa coluna onde, já sabemos, temos admiradores que nos acompanham, daqui mesmo, do Brasil e de outros lugares. Quem nos encontra não nos esquece jamais. E nos acompanham, mesmo longe de casa. No retorno, ouve-se buzinas e acenos dos companheiros pegando suas diferentes estradas, que os levarão paras suas casas. O grupo assim vai se separando e se desfazendo. Entra um à direita, outro à esquerda e eu e Luigi seguimos adiante pela Calle 8. Paramos num sinal e combinamos de tomar um café. Starbucks, vamos lá! Maravilha o café, sentamos, conversamos, o papo como sempre muito agradável e, para esticar, porque não com uma garrafa de vinho acompanhado de bruschetas e um brie coberto por uma leve camada de folhas salgadas e amêndoas despedaçadas, com uma geléia de apricot de fazer qualquer um gritar! Comemos, bebemos, ouvi uma historia fascinante de um garoto nascido na Itália, criado numa casa de 19 cômodos, com suas pinturas e afrescos ameaçadores ao olhar de duas crianças, por sobre palafitas nas águas que teimam em subir a cada ano na bela cidade de Veneza. Outro charuto, ao final, conta paga ao retornar do banheiro e uma vontade de ouvir mais deste conto fabuloso.
Mais um passeio, mais uma tarde memorável. E agora, eternizada pela memória póstuma desta crônica.
Até a próxima!
Mais um passeio, mais uma tarde memorável. E agora, eternizada pela memória póstuma desta crônica.
Até a próxima!